30 de set. de 2014

AÇÃO HUMANA POD ESTAR DIMINUINDO O NÚMERO DE ESPÉCIES EXISTENTES EM ÂMBITO LOCAL

A caça sem controle e a destruição de terras selvagens provocam a defaunação

Animais silvestres sofrem com os impactos humanos sobre sua biodiversidade há muito tempo. Ainda não é possível precisar quais as consequências que tais ações trarão para todo o meio ambiente, mas a maioria das evidências sugere que os seres humanos são os principais responsáveis pelo aumento da extinção de espécies.
Um artigo de Mauro Galetti, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), produzido em conjunto com pesquisadores dos EUA, México e Reino Unido, mostra que o planeta está passando por uma das maiores fases de extinção de animais da história.
Em entrevista ao site da Unesp, Galetti explica que, no trabalho apresentado, o enfoque foi a redução das populações de animais e não a extinção de espécies, já que algumas delas podem não estar globalmente ameaçadas, mas sim extintas localmente. Isso afeta diretamente os ecossistemas naturais e a vida humana, pois enquanto a extinção de uma espécie é um processo lento, a extinção local de populações é rápida.
De acordo com o professor e seus colegas, há estimativas de que se perdem anualmente de 11 mil a 58 mil espécies, num universo de cinco a nove milhões de tipos existentes. E dentre os complexos fatores que estão por trás do processo que gera a defaunação, estão a caça para consumo ou como luxo, perseguição e destruição do habitat natural de diversas espécies. Além de grandes mamíferos, muitos invertebrados estão em declínio, como as borboletas.
Para que alternativas eficazes de conservação sejam colocadas em prática, é necessário foco nesse problema. Os animais beneficiam a vida dos seres humanos não apenas sendo provedores de alimento, mas também polinizando e dispersando plantas e sementes que ajudam no ciclo de vida da flora, além do controle de pragas e doenças. Um planeta com fauna prejudicada trará maiores obstáculos para a sobrevivência da própria espécie humana.

ESTUDOS APONTAM QUE MUDANÇAS CLIMÁTICAS TÊM CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE

Estudos apontam que mudanças climáticas estão relacionadas com doenças cardiovasculares e depressão

Se você acha que o impacto das mudanças climáticas na sua vida se dá apenas nos dias mais quentes, talvez esteja enganado. Estudos apontam que as variações na temperatura do planeta têm afetado direta ou indiretamente a saúde das pessoas  - certos cientistas defendem que mudanças de hábitos individuais podem ser o primeiro passo para uma mudança global.
Jonathan A. Patz, em conjunto com outros estudiosos, publicou um estudo noJournal of the American Medical Association (JAMA), em 2014, abordando as consequências das mudanças climáticas para saúde humana. As ondas de calor, por exemplo, seriam responsáveis por intensificar algumas doenças cardiológicas e mentais. Variações nos quadros de depressão, ansiedade e tentativas de suicídio já têm relações comprovadas com as variações climáticas.
A poluição tem intensificado os distúrbios respiratórios e alergias, enquanto que doenças infecciosas têm sido mais facilmente disseminadas. Já quanto à alimentação, os índices de desnutrição têm aumentado devido ao impacto que as mudanças climáticas causam na agricultura: redução das colheitas, aumento das perdas e diminuição do teor de nutrientes nos produtos.
Além disso, os impactos também podem ser diretos quando ocorrem desastres naturais como enchentes, furacões, queimadas ou secas. Nesse caso, os efeitos sobre a população são mais visíveis, uma vez que causam deslocamentos e diversas sequelas mentais devido ao trauma dos eventos.
No Brasil, a preocupação sobre a saúde também está aumentando. Em 2013, um relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPA) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi desenvolvido com o intuito de avaliar os efeitos das mudanças climáticas e ambientais na saúde dos brasileiros. As organizações chamam atenção para a complexidade do tema e ressaltam que a disseminação de doenças é resultado de um conjunto de fatores. Ainda assim, as variações de temperatura contribuem para a disseminação de doenças infecciosas e crônicas.
Segundo o relatório, as mudanças climáticas no Brasil são resultado das emissões de CO2, das queimadas e, principalmente, da maneira como se dá o uso do solo. Aqueles que vivem na metrópole ou perto de zonas de queimadas estão mais sujeitos a desenvolverem doenças respiratórios e cardiovasculares.  Segundo a OMS, 50% das doenças respiratórias crônicas e 60% das doenças respiratórias agudas estão associadas com a exposição a poluentes. O relatório acrescenta ainda que as emissões gasosas e de material particulado para a atmosfera provêm principalmente de veículos, indústrias e queima de biomassa.
Para Jonathan A. Patz, em meio a essa situação, existem dois caminhos para proteção da saúde pública: a prevenção - mitigação e diminuição das emissões de CO2 - e a adaptação - antecipando e reduzindo ameaças. A prevenção pode ocorrer a partir de políticas públicas, incentivos dos profissionais da saúde ou até mesmo das oportunidades econômicas do setor de energia limpa. Quanto à adaptação, já se sabe que o mundo não está preparado para conter essas mudanças climáticas. E, como é sempre melhor prevenir do que remediar, você também pode fazer a sua parte!
Tendo consciência da amplitude das consequências das práticas de consumo aliadas aos combustíveis fósseis, os indivíduos podem ser os maiores propulsores de mudanças. Algumas práticas diárias, como utilização de transportes alternativos - bicicleta, por exemplo -, quando possível, ou um consumo menos exacerbado podem ser de grande ajuda para a prevenção dessa situação, apesar de medidas macro também serem muito necessárias para a reversão da situação.
Fontes: JAMA e OPA/OMS

ESTUDANTES DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA UNEB APRESENTAM TRABALHOS EM EVENTO INTERNACIONAL, EM VIÇOSA, MINAS GERAIS

Estudantes de Engenharia Agronômica da UNEB reunidos para apresentação de seus projetos de pesquisa

O Professor Jairton Fraga Araújo e 27 estudantes do curso de Engenharia Agronômica (DTCS Campus III) da Universidade do Estado da Bahia – Uneb, em Juazeiro, participam, hoje e amanhã (27), do VI Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável e do III Congresso Internacional de Agropecuária Sustentável, realizados na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
Na ocasião serão apresentados 11 trabalhos de Pesquisa Científica desenvolvido no Departamento, orientados pelos professores doutores Jairton Fraga, Claúdio Mistura, Lindete Mirian e Kátia Medeiros. O Centro de Agroecologia Energia Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES) teve cinco trabalhos de pesquisa aprovados nos eventos. “É a UNEB presente no Brasil e no mundo mostrando nossa capacidade científica e o excelente nível dos alunos do curso de Agronomia”, comemorou um dos bolsista e monitor do CAERDES, Carlos Diogo Medeiros.

Os estudantes Natali Moura, Carlos Diogo Medeiros e Ítala Laiane em ação no Simpósio Internacional, na cidade de Viçosa



19 de set. de 2014

II SIMPÓSIO AGROECOLÓGICO: SOLO, SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL



A Fundação Mokiti Okada estará realizando em Salvador no Centro de Convenções “O Encontro de Produtores da Agricultura Natural e o II Simpósio Agroecológico: Solo, Sustentabilidade e Qualidade Ambiental”, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos técnicos dos produtores, consumidores e demais interessados sobre o modo de produção agroecológico onde as peculiaridades do solo, das culturas e do meio ambiente são preservadas, garantindo a sustentabilidade da produção agrícola, além de buscar a mudança de hábitos alimentares da sociedade, visando uma melhor qualidade de vida para as pessoas, com uma saúde verdadeira, bem como demonstrar trabalhos de pesquisas que estão sendo realizados por instituições de ensino e pesquisa na área agroecológica.

2ª SIEPEX



     


2ª SIEPEX com inscrições abertas para ouvintes até o primeiro dia do evento, dia 22 de setembro



O Campus III da Universidade do Estado da Bahia, em Juazeiro, realiza a segunda edição da Semana de Integração de Ensino, Pesquisa e Extensão (II SIEPEX) de 22 a 26 de setembro.
As inscrições são gratuitas e os interessados em participar como ouvintes ainda podem se inscrever até o dia 21 de setembro pelo endereço eletrônico http://www.uneb.br/juazeiro/dch/ii-siepex/ ou presencialmente no primeiro dia do evento.   
A novidade desta edição é a participação de estudantes e professores da primeira turma da nova graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia oferecida pelo Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS), que também vai fomentar a realização da mesa redonda “Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia no Brasil e no Mundo: Produção de alimentos”, com a palestra do professor da Universidade Federal do Paraná, Júlio César de Carvalho, que possui doutorado em Processos Biotecnológicos
Além das pratas da casa, outra importante presença confirmada é a do jornalista, Doutor em Ciências da Comunicação e professor da Universidade de São Paulo, Ismar de Oliveira, que vai participar da mesa redonda: “O ensino em Comunicação e Educação e seus reflexos na prática extencionista”.
A II SIEPEX é uma iniciativa dos Departamentos de Ciências Humanas (DCH) e de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da Uneb e visa, por meio da socialização das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelos professores, estudantes e técnicos dos dois departamentos, reforçar a inter-relação entre as três atividades; fortalecer a relação da universidade com as diversas iniciativas existentes no campo da cultura na região e discutir o crescimento da pós-graduação no Campus III e sua projeção futura.
O evento é aberto a estudantes de graduação e pós-graduação da Uneb e egressos. Estudantes de outras instituições de ensino superior podem participar da programação como ouvinte. 


Texto: Ianne Lima
Núcleo de Assessoria de Comunicação - Campus III/Uneb

CURSO DE AGRONOMIA DA UNEB DE JUAZEIRO CONQUISTOU A QUARTA ESTRELA NA AVALIAÇÃO DO GE DA EDITORA ABRIL


Em 2009 o curso de Agronomia recebeu pela primeira vez três estrelas 
que confere a instituição o selo de qualidade na avaliação do GE. 


O curso de Engenharia Agronômica do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro,  que fica na região Norte do Estado, foi destaque na avaliação realizada pelo Guia do Estudante (GE) da Editora  Abril. O resultado estará nas bancas a partir do dia 10 de outubro na publicação Guia de Profissões Vestibular 2015.

Este ano a graduação conquistou a quarta estrela na avaliação da Editora Abril realizada em instituições de ensino superior em todo país. O ranking permite classificar os cursos de bacharelado e licenciatura em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas), e excelentes (cinco estrelas). 

De acordo com o diretor do DTCS, o professor Jairton Fraga Araújo, os avanços que tem acontecido no curso contribuem de forma significativa para essas conquistas. “Temos um corpo docente composto por doutores; aprovamos projetos de pesquisa; captamos recursos para melhorar a infraestrutura da Instituição. Outro aspecto relevante é o programa de pós-graduação do Departamento. Então, todos esses elementos fazem da Universidade um ambiente melhor e forma profissionais mais preparados para o mercado de trabalho”, explicou.



 Para o diretor do DTCS, a avaliação do GE é 
importante por possibilitar uma visão geral de
 como estão funcionando os cursos das Universidades 
públicas de todo o país


Ainda de acordo com o diretor do DTCS, a classificação no ranking do GE é importante por possibilitar uma visão geral de como estão funcionando os cursos das Universidades públicas em todo o país. “Esse ranking mostra que os agentes culturais, sociais e econômicos estão tendo uma visão de como o curso de Agronomia da Uneb está em relação ao mercado de trabalho, produção científica e desempenho acadêmico”, ressaltou.

RANKING-  O Curso de Engenharia Agronômica do DTCS da Uneb conquistou pela primeira vez, em 2009, três estrelas que confere a instituição o selo de qualidade na avaliação da Editora Abril.


O Guia do Estudante é um importante veículo de publicação que avalia instituições de ensino superior, licenciatura e bacharelado de todo o país. Publicado anualmente pela Editora Abril, a avaliação confere ao curso o selo de qualidade que é feito com base em pesquisa de opinião onde participam professores e coordenadores de graduação.

HISTÓRIA - Pioneiro na região do Vale do São Francisco, o curso de Agronomia da Uneb, em 53 anos de história, já conferiu título a 1837 engenheiros.  A graduação fundada em 1960 na Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco, começou a funcionar no Auditório  do Ginásio de Juazeiro, atual colégio Edson Ribeiro, em Juazeiro.



Na década de1980 a instituição foi unificada à Superintendência do Ensino Superior do Estado da Bahia (SESEB) e no mesmo período foi incorporada à Uneb. Somente em 1997 que a Famesf passou a ser o Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais do Campus III. 




Texto e fotos: Sheila Feitosa
Núcleo de Assessoria de Comunicação do DTCS/UNEB 

PROJETO DO CAERDES REALIZA 3ª OFICINA NA CIDADE DE CANUDOS

  
Aula prática da 3ª oficina sobre Manejo Ecológico do Solo e da Água

No dia 17 de setembro de 2014, foi realizada a terceira oficina do Projeto do Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica: Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Orgânica no Submédio São Francisco na cidade de Canudos, cidade localizada no  interior do sertão da Bahia. 

Nesta oficina, cujo tema foi "O Manejo Ecológico do Solo e da Água", foram executadas aulas práticas e teóricas acerca de técnicas de manejo da fertilidade e da conservação do solo e da água para os sistemas orgânicos, enfatizando o preparo do solo, o cultivo em curva de nível, a rochagem e a calagem, além de outras técnicas.

Promovido pelo CAERDES e ministrado pelo Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo e pelos discentes de Engenharia Agronômica da Universidade do Estado da Bahia, Edivaldo Cazuza de Souza Jr. e Carlos Diogo Medeiros, o projeto tem como finalidade promover capacitação, pesquisa e atividades de extensão junto a agricultores familiares, técnicos de Assistência Técnica Rural e estudantes de nível superior nos municípios de Canudos e Juazeiro, no âmbito dos distritos de irrigação e em áreas de sequeiro em agroecologia e agricultura orgânica.


Ministrada pelo Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo, a oficina tem como intuito promover a capacitação de agricultores familiares





18 de set. de 2014

O REAL VALOR DAS ÁRVORES

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Por que as árvores são essenciais na melhora da qualidade de vida?

Que as árvores ajudam a manter o ar limpo, todo mundo já sabe. Mas como elas fazem isso já é outra história. Aqui, falaremos sobre todos os benefícios proporcionados pelas árvores.
Para começar,  uma árvore adulta consegue absorver, em um ano, aproximadamente 22 quilos de gás carbônico, e produzir oxigênio suficiente para a respiração de dois adultos. Esse processo acontece através da fotossíntese. O processo se dá quando a planta obtém glicose, durante o dia; e também por meio da respiração, quando a planta “quebra” a glicose para obter energia, durante a noite. Durante a fotossíntese, as plantas e algas fazem o processo inverso dos seres humanos, consumindo o gás carbônico e liberando oxigênio. No entanto, as plantas respiram dia e noite, consumindo também o oxigênio que produzem. Portanto, a principal fonte de oxigênio do planeta são as algas, que não são classificadas como plantas ou árvores.
Segundo Vincent Cotrone do Massachusetts Department of Conservation and Recreation, as árvores possuem capacidade de absorver entre 55 e 109 quilos de gases poluentes como o dióxido de enxofre, oriundos da queima do carvão; os óxidos nitrosos, provenientes dos escapamentos de carros e caminhões; e partículas poluentes vindas, principalmente, do diesel. Zonas urbanas arborizadas possuem 60% menos de partículas de poluição, de acordo com o mesmo órgão.
Temperatura
Em artígo publicado no Journal of Arboriculture, Klaus Scott, James Simpson e Gregory McPherson afirmam que a temperatura das cidades também é influenciada pela quantidade de árvores. De acordo com os autores, a sombra das árvores pode reduzir a temperatura do asfalto em até 2°C, e do interior dos carros em até 8°C. Elas também refrescam o ambiente – uma árvore grande e saudável possui o mesmo efeito de dez aparelhos ar-condicionado funcionando 20 horas por dia.
Apenas uma árvore consegue absorver mais de três mil litros de água de chuva, diminuindo a contaminação de lençóis freáticos e mananciais em 7%, e reduzindo o gasto de impostos com tratamento de água, segundo o US Department of Agriculture. Finalmente, as árvores reduzem a poluição sonora e áreas arborizadas valorizam e aumentam a ocupação de imóveis.

LEI AUMENTA DEMANDA DE EMPRESAS POR RECICLAGEM DE ELETRÔNICOS

Desde a implementação da PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos), em 2010, fabricantes vêm se mostrando mais preocupados em dar um fim ecologicamente responsável aos equipamentos eletrônicos que geram, segundo profissionais da área ouvidos pela Folha.



José Cristovam, diretor da Vertas, recicladora de eletrônicos situada em Mauá (SP), diz que passou a receber um número maior de consultas e de produtos desde que a lei passou a valer.

Com ela, os fabricantes foram obrigados a dividir a responsabilidade dos resíduos que geram com os revendedores e têm até 2014 para se adaptar às novas regras. Dell, HP, Itautec, Nokia, Motorola e Positivo já dispõem de programas próprios de coleta de produtos no país.

Estudo feito a pedido do governo federal mostra que, se as 150 maiores cidades do país receberem a estrutura necessária, como pontos de coleta, dois terços do "e-lixo" brasileiro terão sua reutilização viabilizada.

Mas isso não significa que é o Estado quem vai agir nesse sentido. "A responsabilidade é compartilhada por fabricantes, importadores e comerciantes", diz Zilda Veloso, gerente de resíduos perigosos do Ministério do Meio Ambiente. "Se prefeituras instalarem pontos de coleta, por exemplo, poderão cobrar desses responsáveis."


Bons exemplos precisam ser comemorados! O impacto positivo de iniciativas como essa é sentido de forma considerável no meio ambiente. Faça sua parte!

contato: direitoverde@hotmail.com

ENTRE 2000 E 2010, AMAZÔNIA PERDEU ÁREA EQUIVALENTE AO ESTADO DE SÃO PAULO

Apesar da redução do desmatamento no Brasil, a Floresta Amazônica continua a desaparecer do mapa em ritmo alarmante no continente. Em dez anos, de 2000 a 2010, a Amazônia perdeu cerca de 240 mil quilômetros quadrados de cobertura florestal, uma área do tamanho do Reino Unido e pouco menor que o Estado de São Paulo, que tem 248.222 quilômetros quadrados. Oitenta por cento desse desmatamento ocorreu no Brasil, que tem - de longe - a maior área de floresta do continente (62%).

Os dados são do atlas Amazônia sob Pressão, publicado nesta terça-feira pela Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (Raisg), formada por 11 organizações dos 9 países amazônicos -Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Periodicamente, a Raisg publica mapas, gráficos e tabelas com dados detalhados sobre o desenvolvimento - e a destruição - da região. O desmatamento acumulado na década corresponde a 4,5% da área de floresta que estava de pé até o início do século (68,8 milhões de quilômetros quadrados).

Dono da segunda maior porção de cobertura florestal, com 13,1%, o Peru foi responsável por 6,2% do desmatamento no período, seguido pela Colômbia, que possui 8% da floresta e desmatou 5%.

O QUE É COMPOSTAGEM? COMO FUNCIONA? QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS PARA O MEIO AMBIENTE E PARA A SOCIEDADE?

Tanto já se falou sobre essa técnica de reciclagem do lixo orgânico, agora fique sabendo tudo sobre essa técnica sustentável, que tem ganhado cada vez mais adeptos e que pode trazer muitos benefícios

 
O que é compostagem? E como ela acontece?
A compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. A técnica de compostar ajuda na redução das sobras de alimentos, tornando-se uma solução fácil para reciclar os resíduos gerados em nossa residência.
O processo de compostagem acontece em fases, sendo elas muito distintas umas das outras. Suas principais características são:
1ª) Fase mesofílica: nessa fase, fungos e bactérias mesófilas (ativas a temperaturas próximas da temperatura ambiente), que começam a se proliferar assim que a matéria orgânica é aglomerada na composteira, são de extrema importância para decomposição do lixo orgânico. Eles  vão metabolizar principalmente os nutrientes mais facilmente encontrados, ou seja, as moléculas mais simples. As temperaturas são moderadas nesta fase (cerca de 40°C) e ele tem duração de aproximadamente de 15 dias.
2ª) Fase termofílica: é a fase mais longa,e pode se estender por até dois meses, dependendo das características do material que está sendo compostado. Nessa fase, entram em cena os fungos e bactérias denominados de termofilicos ou termófilos, que são capazes de sobreviver a temperaturas entre 65°C e 70°C, à influência da maior disponibilidade de oxigênio - promovida pelo revolvimento da pilha inicial. A degradação das moléculas mais complexas e a alta temperatura ajudam na eliminação de agentes patógenos.
3ª) Fase da maturação: a última fase do processo de compostagem, e que pode durar até dois meses. Nessa fase há a diminuição da atividade microbiana, juntamente com as quedas de gradativas de temperatura (até se aproximar da temperatura ambiente) e acidez, antes observada no composto. É um período de estabilização que produz um composto maturado. A maturidade do composto ocorre quando a decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é transformada em húmus, livre de toxicidade, metais pesados e patógenos.
O produto gerado a partir desse processo de degradação recebe o nome de composto orgânico, que é um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
Breve história da compostagem
A compostagem não é uma prática nova, mas está ganhando popularidade ao passo que há uma tendência maior de preocupação com a sustentabilidade. Há muito tempo agricultores já utilizavam o método de reciclagem do lixo doméstico para obtenção de fertilizante orgânico.
No oriente médio, principalmente na China a compostagem vem sendo aplicada há alguns séculos. Já no ocidente, ficou conhecida em 1920, a partir dos primeiros experimentos de Sir Albert Howard. O Inglês Howard era considerado pai da agricultura, pois foi autor do primeiro método de compostagem na província Indiana de Indore, onde tentou efetuar a compostagem com resíduos de uma só natureza e concluiu que era necessário misturar diversos tipos.
Também na Europa, a técnica era usada durante os séculos XVIII e XIX pelos agricultores que transportavam os seus produtos para as cidades em crescimento e, em troca, regressavam às suas terras com os resíduos sólidos urbanos das cidades para utilizá-los como corretivos orgânicos do solo. Assim, os resíduos eram quase completamente reciclados por meio da agricultura.
Ao passar do tempo, a expansão das áreas urbanas, o aumento populacional e do consumo alteraram os métodos de depósito, gestão dos resíduos sólidos e, principalmente, a qualidade dos mesmos, que acabaram tornando-se cada vez mais inadequados para o processo de compostagem. Logo, a técnica perdeu popularidade. Entretanto, nos dias de hoje, com a pressão para a utilização de métodos direcionados para a preservação do meio ambiente, há um novo interesse em compostar os restos de comida em casa como uma solução para a redução do volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros.
Esse hábito ainda pode fornecer uma opção saudável de adubo orgânico para plantas e hortas. Com isso, cada vez mais pessoas querem colocar a mão na massa e fazer a sua própria compostagem.
O que é uma composteira?
A composteira nada mais é do que o lugar (ou a estrutura) próprio para o depósito e processamento do material orgânico. É nesse local que irá ocorrer a compostagem, a transformação desse lixo orgânico em adubo.
A composteira pode assumir diversos formatos e tamanhos - isso depende do volume de matéria orgânica que é produzida e também do espaço livre disponível para sua alocação, mas todas têm a mesma finalidade. As composteiras podem ser instaladas em casas e apartamentos e podemos encontrar tipos que contemplam, além da questão do tamanho, também a questão de preço e custo, sendo que, de qualquer forma, a compostagem caseira é uma ótima iniciativa. Fora isso, ao longo dos anos, foram desenvolvidas pelo homem técnicas capazes de acelerar e estimular esse processo natural. Muitas dessas técnicas envolvem o uso de outros agentes, também naturais, como o uso de minhocas californianas (espécie Eisenia  foetida mais indicada para o processo), que daí recebe o nome de vermicompostagem (outro tipo de compostagem), técnica que é amplamente utilizada na forma das composteiras domésticas.
Outro tipo de composteira que pode ser utilizada é a composteira automática, que envolve uma maior praticidade, pois a decomposição é mais rápida e, ao invés de minhocas, utiliza poderosos micro-organismos patenteados (dentre eles, o Acidulo TM), capazes de se multiplicarem em altas temperaturas, alta salinidade e acidez. Com isso, é possível inserir alimentos ácidos, carne, ossos, espinhas de peixe, frutos do mar, ao contrário da vermicompostagem. Nessa última,  também não se recomenda a deposição em excesso de gorduras e laticínios, pois retardam a decomposição. Também existem resíduos que não vão para nenhum dos tipos de composteira, porém devemos destinar corretamente. 
Ao identificar o melhor tipo de processo (compostagem ou vermicompostagem) e de composteira para sua casa, família e orçamento, muitas pessoas ainda têm uma dúvida: se a composteira caseira é higiênica. Essa dúvida é recorrente devido existência de chorume e pela necessidade de lidar com restos de alimentos que podem exalar mau odor e atrair animais. O fato de haver minhocas nas composteiras também assusta. Mas esse receio não tem muito fundamento.
Fatores que influenciam na geração e na qualidade do composto
São muitos os fatores que podem influenciar na quantidade e qualidade dos compostos gerados durante a compostagem, os principais são os seguintes:
• Organismos: a transformação da matéria orgânica bruta para húmus é um processo, basicamente, microbiológico, operado principalmente por fungos e bactérias, que, durante as fases da compostagem, alternam espécies de micro-organismos envolvidos. Também há a colaboração da macro e mesofauna, como minhocas, formigas, besouros e ácaros, durante o processo de decomposição;
• Temperatura: um dos fatores de grande importância no processo de compostagem. Esse processo de decomposição da matéria orgânica por micro-organismos se relaciona diretamente à temperatura, por meio de micro-organismos que produzem o calor, pela metabolização da matéria orgânica, estando a temperatura relacionada a vários fatores, como materiais ricos em proteínas, baixa relação carbono/nitrogênio, umidade e outros. Materiais moídos e peneirados, com granulometria mais fina e maior homogeneidade, originam uma melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor;
• Umidade: a presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo, pois a umidade garante a atividade microbiológica, isso se deve porque, entre outros fatores, a estrutura dos micro-organismos consiste de aproximadamente 90% de água e, na produção de novas células, a água precisa ser obtida do meio, ou seja, neste caso, da massa de compostagem. Porém, a escassez ou o excesso do líquido pode desacelerar a compostagem - se houver excesso, é necessário acrescentar matéria seca, como serragem, que é a melhor indicação para isso.
A faixa de umidade ótima recomendada para se obter um máximo de decomposição está próxima de 50%, devendo haver uma maior atenção ao teor de umidade durante a fase inicial, pois esta precisa de uma adequação do suprimento de água para promoção do crescimento dos organismos biológicos envolvidos no processo e para que as reações bioquímicas ocorram no tempo certo, durante o processo de compostagem;
• Aeração: no processo de compostagem, é possível dizer que a aeração é o fator mais importante a ser considerado, isso porque o arejamento evita a formação de maus odores e a presença de insetos, como as moscas de frutas, por exemplo, o que é importante tanto para o processo como para o meio ambiente. Também deve-se levar em contra que, quanto mais úmida está a massa orgânica, mais deficiente será sua oxigenação. É recomendado que o primeiro revolvimento seja feito em duas ou três semanas após o início do processo, pois esse é o período em que se exige a maior aeração possível. Em seguida, o segundo revolvimento deve ser feito aproximadamente três semanas após o primeiro, e dez semanas após o inicio de processo de compostagem deve ser feito o terceiro revolvimento para uma incorporação final de oxigênio.
Uma massa orgânica com uma dose apropriada de nitrogênio e carbono ajuda no crescimento e a atividade das colônias de micro-organismos envolvidos no processo de decomposição, possibilitando a produção do composto em menos tempo. Sabendo que os micro-organismos absorvem o carbono e o nitrogênio numa proporção de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio, ou seja, uma razão de 30/1, essa é a proporção ideal para o material orgânico depositado na composteira, mas também são recomendados valores entre 26/1 e 35/1, como sendo as relações C/N mais propícias para uma rápida e eficiente compostagem.
Resíduos com relação C/N baixa (C/N<26/1) são pobres em carbono e perdem nitrogênio na forma amoniacal durante o processo de compostagem. Nesse caso, recomenda-se juntar restos vegetais celulósicos, como serragem de madeira, sabugo e palha de milho e talos e cachos de banana, ricos em carbono, para elevar a relação a um valor próximo do ideal. No caso contrário, ou seja, quando a matéria-prima possui relação C/N alta (C/N>35/1), o processo de compostagem torna-se mais demorado e o produto final apresentará baixos teores de matéria orgânica. Para corrigir esse erro, deve-se acrescentar materiais ricos em nitrogênio, como folhas de árvores, gramíneas e e legumes frescos.
Além do que até aqui mencionado, outros cuidados recomendados estão relacionados ao local onde a composteira estará alocada: o preparo prévio do material orgânico, a quantidade de material a ser compostado e as dimensões das leiras (quando a compostagem é feita em leiras, pilhas de resíduos em linha). Você também deve tomar cuidado com quais materiais orgânicos colocar na sua composteira, como por exemplo, no caso da vermicompostagem, onde há restrições a alguns tipos de alimentos já mencionados e também devendo-se evitar a deposição em excesso de frutas cítricas, cebola ou alho, pois alteram o pH do composto. 
Importância para o meio ambiente e para a saúde da população
Segundo dados do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o material orgânico corresponde a cerca de 52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil e tudo isso vai parar em aterros sanitários, onde são depositados com os demais e não recebem nenhum tipo de tratamento específico.
O uso da compostagem traz muitas vantagens para o meio ambiente e para a saúde pública, seja aplicada no ambiente urbano (domésticos ou industriais) ou rural. A maior vantagem que pode ser citada é que, no processo de decomposição da compostagem, ocorre somente a formação de dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), água (H2O) e biomassa (húmus). Por se tratar de um processo de fermentação que ocorre na presença de oxigênio (aeróbico), permite que não ocorra a formação de gás metano (CH4), gerado nos aterros por ocasião da decomposição destes resíduos, que é altamente nocivo ao meio ambiente e muito mais agressivo, pois é um gás de efeito estufa cerca de 25 vezes mais potente que o gás carbônico - e mesmo que alguns aterros utilizem o metano como energia, essas emissões contribuem para o desequilíbrio do efeito estufa, influência humana potencialmente determinante das mudanças climáticas.
Adicionalmente, ao diminuirmos a quantidade de lixo destinado aos aterros, haverá, por consequência, uma economia nos custos de transporte e de uso do próprio aterro, ocasionando o aumento de sua vida útil. Outra vantagem é a redução do passivo ambiental, que é o conjunto de obrigações que as empresas têm com o meio ambiente e sociedade, ou seja, quando as empresas ou indústrias geram algum tipo de passivo ambiental, também têm que gerar investimentos para compensar os impactos causados à natureza. Assim, com a compostagem, reduzem o lixo produzido, pois ele faz parte do passivo ambiental das empresas e indústrias.
Além de tudo que percorremos até aqui, a compostagem promove a valorização de um insumo natural e ambientalmente seguro, adubo orgânico, atuante sobre a reciclagem dos nutrientes do solo e no reaproveitamento agrícola da matéria orgânica, assim evitando o uso de fertilizantes inorgânicos, formados por compostos químicos não naturais, cujos mais comuns levam em sua composição substâncias como nitrogênio, fosfatos, potássio, magnésio ou enxofre.
Fonte: ecycle.com.br

BIOESTIMULANTES SÃO ALTERNATIVAS LIVRES DE AGROTÓXICOS PARA FORTALECER AS PLANTAS

Fortalecer o mecanismo natural de autodefesa da planta a torna mais produtiva e mais resistente à pragas e doenças - e tudo isso sem pesticidas

O agrônomo Yoshio Tsuzuki defende em seu livro sobre técnicas de defesa fisiológica contra peste e doenças, que as plantas possuem mecanismos de autodefesa que podem ser enfraquecidos quando elas estão expostas a situações de estresse ambiental, como variações drásticas de temperatura, escassez ou excesso de água, excesso de umidade, aplicação errada de adubo, presença de patógenos e pragas, entre outras. Tsuzuki acredita que a maneira mais eficiente de melhorar o processo de autodefesa da planta é aumentando seu nível de energia vital, através da aceleração da fotossíntese.
Em artigo publicado no Journal of Sustainable Agriculture (Jornal de Agricultura Sustentável - em tradução livre) Graeme Berlyn e Ricardo Russo definem os bioestimulantes como substâncias não fertilizantes com efeito benéfico no processo de crescimento vegetal. A efetividade dos bioestimulantes está em melhorar a capacidade de absorção de água e de nutrientes pela planta, ou seja, melhorar a fotossíntese.
O que são os bioestimulantes?
Em estudo do Instituto Agronômico de Campinas, os bioestimulantes são definidos como uma mistura de reguladores de crescimento. Reguladores de crescimento são substâncias compostas por hormônios vegetais, ou hormônios sintéticos, que, quando aplicados na planta, agem diretamente na fisiologia do vegetal, incrementando seu desenvolvimento. Bioestimulantes podem conter em sua fórmula outros compostos, como aminoácidos, nutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio), vitaminas, concentrado de algas marinhas e ácido ascórbico.
Como os bioestimulantes ajudam a planta a se desenvolver?
A aplicação do bioestimulante mantém o equilíbrio hormonal da planta e é isso o que a torna mais resistente e menos vulnerável à situações de estresse. Tais situações induzem a planta a perder sua capacidade de equilibrar propriedades oxidativas e antioxidantes. Assim, a planta tem dificuldades em converter a luz solar em energia química, prejudicando o processo de fotossíntese.
Segundo a  tese de doutorado apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, por Ana Vasconcelos, quando a planta está exposta à situação de estresse ambiental, os radicais livres reagem com o oxigênio, danificando as células vegetais. A aplicação do bioestimulante tende a aumentar a capacidade antioxidante da planta, reduzindo a toxicidade dos radicais livres e disponibilizando mais energia para que a planta desenvolva seu sistema radicular e a parte foliar.
Uso dos bioestimulantes na agricultura orgânica
Os bioestimulantes já vêm sendo aplicados no Brasil em culturas como soja, milho, arroz e feijão e tomate. É importante ressaltar que existem várias fórmulas de utilizá-los, cabendo ao agricultor escolher o produto mais adequado à espécie que cultiva. A efetividade também varia de acordo com a etapa do ciclo vegetativo na qual o produto é aplicado, variando de espécie para espécie de planta, mas, de maneira geral, é indicado iniciar a aplicação ainda na semente.
Por serem capazes de aumentar o fator de produtividade, diminuindo custos e aumentando lucros, tornanando a planta mais resistente à pragas e doenças sem o uso de agrotóxicos na fórmula, os bioestimulantes tendem a ser uma ótima ferramenta para impulsionar a agricultura orgânica.
Fonte: ecycle.com.br

QUAL A QUANTIDADE QUE CADA PESSOA PODE CONSUMIR DE AGROTÓXICO?

Ao entrar em um supermercado e caminhar entre frutas, verduras e legumes, é possível que você já tenha notado gôndolas destinadas apenas a alimentos orgânicos, que, dentre outras coisas, são cultivados sem o uso de agrotóxicos – assunto que vem ganhando destaque ao longo dos últimos anos no Brasil.
As atenções dos holofotes direcionam-se a constatações como a da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco): um dos maiores problemas no Brasil é o uso de muitos princípios ativos que já foram banidos em outros países. De acordo com um dossiê da Associação, dos 50 produtos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 são proibidos na União Europeia, o que faz com que o país seja o maior consumidor de agrotóxicos já banidos em outros locais do mundo. “Quando um produto é banido em um país, deveria ser imediatamente em outros. Quando chega ao Brasil para fazer o banimento é um luta enorme das entidades sanitárias”, diz a médica toxicologista Lia Giraldo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/ Ministério da Saúde).
Em 2011, uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) em parceria com a Fiocruz comprovou que até mesmo o leite materno pode conter resíduos de agrotóxicos. O estudo coletou amostras em mulheres do município de Lucas do Rio Verde/MT, um dos maiores produtores de soja do país. Em 100% delas foi encontrado ao menos um tipo de princípio ativo. Em algumas, até 6 tipos.
Hoje, é difícil dissociar safras recordes e indústria química, responsável pela fabricação de herbicidas, inseticidas e fungicidas que matam e controlam a disseminação de plantas daninhas, insetos e fungos nas plantações. Só em 2012, 185 milhões de toneladas de grãos foram colhidas no Brasil. Números tão expressivos se justificam para além das extensões continentais do território brasileiro. Um sem-fim de opções tecnológicas para evitar perdas de produção está disponível aos agricultores. Dentre elas, mais de 1.640 agrotóxicos registrados para uso.
Um dos pontos importantes do processo político de incentivo ao uso de venenos no Brasil aconteceu na época do regime militar, quando, em 1975, foi instituído o Plano Nacional de Defensivos Agrícolas, que condicionava a obtenção de crédito rural pelos agricultores ao uso dos produtos químicos nas lavouras. “Foi também nesta época que apareceram as primeiras denúncias de contaminação de alimentos e intoxicação de trabalhadores rurais”, explica engenheiro agrônomo e consultor ambiental Walter Lazzarini, que teve participação ativa na formulação da Lei dos Agrotóxicos brasileira (7.802) em 1989.
A lei vigora até hoje, com algumas mudanças no texto original. O gargalo, porém, fica visível nocumprimento do que prevê a legislação. “Existe um descompasso entre a regra e os mecanismos para cumpri-la. O país investe menos do que deveria em fiscalização e monitoramento”, comenta Decio Zylbersztajn, professor e criador do Centro de Conhecimento em Agronegócios da FEA/USP.
Um estudo da USP revela que, entre 1999 e 2009, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 62 mil intoxicações por agrotóxico no país – uma média de 15,5 por dia. Apesar de altos, os números não refletem totalmente a realidade, já que projeções do próprio Sistema indicam que para cada caso de intoxicação notificado, 50 acabam no desconhecimento. “Faltam dados de registro das intoxicações para suportar a necessidade de uma política de fiscalização na aplicação”, alerta Lazzarini.
A repercussão dos números levanta debates entre movimentos civis e órgãos regulatórios. Aumentar a rigidez das fiscalizações e proibir o uso dos produtos químicos já banidos em outros países são algumas das exigências da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que reúne entidades, organizações civis e comunidade científica em Comitês Populares presentes em quase todos os estados brasileiros. Outra proposta da Campanha é a rotulação dos produtos alimentícios com as informações sobre os agrotóxicos utilizados.
agrotoxico ok
Saúde é quantificável?Para a aprovação de novos agrotóxicos, são obrigatórios estudos conduzidos em animais de laboratório, que supostamente indicam a quantidade máxima de resíduos que uma pessoa pode consumir por dia. É o IDA: Índice Diário Aceitável.
De acordo com a Anvisa, a ingestão dentro do índice não causa dano à saúde. Mas a médica Lia Giraldo contesta a sua eficiência, uma vez que os testes não levam em conta concentrações prolongadas, mesmo que baixas. “Criou-se uma teoria de que o efeito é decorrente da quantidade e não do produto, das reações químicas. É uma teoria científica muito linear, dose-efeito, como se tudo dependesse só da quantidade. Essa ideia ainda está vigente na regulamentação”, explica. “O que se faz para aceitar os agrotóxicos no mercado são estudos experimentais em animais que tem vida muito curta. Não há tempo para eles desenvolverem as doenças crônicas degenerativas que os humanos manifestam por viverem mais”.
A intoxicação crônica, que se desenvolve ao longo de meses, anos ou até décadas, pode levar a doenças hepáticas e renais, câncer, malformação congênita, problemas de fertilidade, reprodução, além de distúrbios neurológicos, mentais e endócrinos. “Considero que os indicadores fazem uma inversão de complexidade. É anticientífico. Um ser humano é diferente do outro, cada organismo vai manifestar as alterações na sua singularidade. A saúde plena não pode ser garantida, mesmo se o indicador for respeitado”, diz Lia.
Um exemplo: o índice chega a um valor que permite que as pessoas comam um tomate e não morram intoxicadas. “Mas isso não quer dizer que se você comer um tomate todos os dias ao longo de anos você não desenvolva um câncer”, explica a médica. “Não existe quantidade ‘menos pior’. Temos que ser críticos. Há uma convenção baseada em um indicador que não tem sustentabilidade científica, embora se utilize de uma determinada ciência pra justificar sua existência”.
Além disso, analisar e identificar os efeitos combinados de diferentes substâncias químicas, em situações distintas de exposição (ar, água, solo, alimentos), são verdadeiros desafios para a ciência chegar a números que possam ser considerados seguros. “No cozimento quanto é degradado e se transforma em outras substâncias que podem ser até mais tóxicas? O ideal é garantir que não tenha resíduos, e pra isso seria necessário não ter agrotóxicos”.
Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo que representa o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio), também defende que “é equivocado supor que pequenas doses de veneno devem ser aceitas nos alimentos porque causam pequenos danos”. Para ele, a alternativa é buscar produtos orgânicos, que devem (e podem) ser disponibilizados para todos. “A produção em policultivo é maior por unidade de área, mais intensiva em mão de obra e menos demandante de insumos externos. Com ela é possível gerar ocupações produtivas, ampliar a oferta de alimentos e minimizar riscos de intoxicação, custos com a saúde”. 
Lavar os alimentos resolve? Na verdade, a prática é importante apenas para higienizá-los, mas não retira os produtos químicos, já que os resíduos circulam nos tecidos vegetais pela seiva. “O agrotóxico é utilizado por todo o ciclo da produção e atinge a planta sistemicamente”, explica a médica.
A Anvisa também alerta que mesmo os chamados agrotóxicos “de contato”, que agem externamente no vegetal, podem ser absorvidos pelas porosidades da planta. A Agência aconselha que produtos in natura devem vir de fornecedores qualificados pelo cumprimento das Boas Práticas Agrícolas, como o respeito ao período de carência (intervalo entre a aplicação do agrotóxico e a colheita).