28 de jan. de 2014

PROJETO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA APROVADO PELO CAERDES, FORTALECE A AGROECOLOGIA NA REGIÃO


O Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES), órgão do Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais (DTCS), do campus III da UNEB, na cidade de Juazeiro da Bahia, concorreu ao edital Chamada MCTI/Mapa/MDA/MEC/MPA/CNPq nº 81/2013 e foi contemplado com cerca de R$200 mil, que serão investidos no Projeto intitulado: Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Orgânica no Submédio São Francisco.
A equipe técnica para realização do projeto é composta pelos professores da UNEB Jairton Fraga Araújo – coordenador do projeto –e pelos Drs. Rogério Bispo, Edonilce Barros, Alessandro Mesquita e Josemar Martins.
Para satisfazer todas as dúvidas acerca da concepção e finalidade do projeto recém aprovado, o Professor Dr. Jairton Fraga Araújo nos concedeu uma entrevista.

Figura 1-Dr. Jairton Fraga Araújo, professor da UNEB e coordenador do Projeto.


CAERDES: Professor, como se deu a concepção do Projeto Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Orgânica no Submédio São Francisco?

PROF. Dr. JAIRTON: O Projeto de Agroecologia é resultado do edital 81/2013, um edital muito amplo que envolve o CNPq, Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Educação e Cultura e que oportunizou recursos financeiros para a formação de núcleos de Agroecologia, redes em agroecologia e centros vocacionais territoriais que contemplem Agroecologia. Nosso objetivo foi integrar o ensino, a pesquisa e a extensão em um único projeto, de forma que pudéssemos oferecer de forma mais sistemática algumas respostas. Por exemplo; na extensão, temos inúmeros conhecimentos científicos consolidados pela  Agroecologia, nós precisamos transformar o conhecimento em uma forma mais acessível ao agricultor. Por sua vez, os resultados de pesquisa precisam ser publicizados e transferidos. No projeto planejamos a execução de quatro subprojetos como forma de o agricultor acompanhar as pesquisas realizadas e compreender o processo científico a partir de sua interação com o saber popular e tradicional, como contributos para a produção agropecuária do Brasil, notadamente na região. E, por fim, o processo de capacitação, que envolve a preocupação em formar às futuras gerações, a exemplo, dos estudantes e jovens rurais e a promoção da igualdade de gênero no contato com a Agroecologia enquanto ciência, para que possamos oferecer mais adiante, respostas aos problemas que ocorrem na região. No entanto a ideia da capacitação não é pontual, desejamos de forma articulada fomentar a produção orgânica de alimentos e orientar quanto ao correto manejo da produção orgânica pelos agricultores que estão desejosos em deixar o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos, para uma outra forma de produção mais sustentável.


CAERDES: Quais são as expectativas para esse projeto?

PROF. Dr. JAIRTON: Bem, nós estamos muito otimistas. O projeto vai se desenvolver em Juazeiro e, também, em Canudos. A ideia é que nós possamos realizar uma série de atividades, já a partir do dia 1º de fevereiro, quando, começaremos com a realização de um curso de agricultura orgânica para estudantes. Acreditamos na formação de valores como estratégia para mudanças substantivas,a ideia é que a gente qualifique os jovens, para que esses jovens, quando, estiverem no exercício profissional, tenham uma visão correta da produção agroecológica. Então, nós estamos muito otimistas com os resultados, porque serão realizadas oficinas, cursos, minicursos, enfim, unidades demonstrativas que serão instaladas, projetos de pesquisa, então, nós estamos muito otimistas e compreendemos que essa é uma forma concreta de fazer com que o agricultor, empresário ou estudante possa conviver  no mesmo ambiente de ciência e tecnologia, compreendendo a importância dela e utilizando isso no dia a dia para uma produção agrícola sustentável.


CAERDES: Compreendendo que alunos, agricultores e empresários participarão ativamente do projeto, nos conte como este será executado:

PROF. Dr. JAIRTON: O projeto será executado pela Universidade do Estado da Bahia e pelo Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola. A EBDA será responsável pela sensibilização e nós vamos fazer a parte de execução propriamente dita, com as capacitações, instalação dos projetos de pesquisa, realização de oficinas, elaboração de cartilhas e a EBDA será responsável pela seleção dos profissionais, tanto os profissionais técnicos, quanto nos auxiliará na seleção dos agricultores e, obviamente, será parte integrante desse projeto, importante porque é o órgão que atua na área de extensão rural oficial do Estado da Bahia.


CAERDES: Sabemos que, para a execução do Projeto,o CAERDES conta com algumas parcerias. Qual a importância destas para um melhor desenvolvimento do projeto?

PROF. Dr. JAIRTON: É difícil você fazer alguma coisa hoje sem os parceiros, porque cada parceiro tem uma expertise, tem uma competência. Nesse caso, a Extensão Rural Oficial da Bahia tem uma expertise em extensão rural de muitos anos. É fundamental você fazer essas parcerias porque você complementa ações, você estabelece o sentido da complementariedade. Nem todo mundo detém todo o conhecimento, então, a empresa de extensão, por exemplo,ela tem um largo conhecimento em ações e oficinas de extensão rural, então, ela vai nos ajudar. Você precisa das parcerias, são fundamentais para que você possa ter, na verdade, uma cobertura mais ampla, tendo em vista que esse projeto é um projeto amplo, ele integra as áreas de ensino, pesquisa e extensão.


CAERDES: Professor, quais foram as dificuldades na implantação do projeto?

PROF. Dr. JAIRTON: Nós não tivemos ainda dificuldades porque o projeto está sendo implantado. É possível que daqui a alguns meses nós tenhamos uma ideia de quais dificuldades foram importantes. Eu penso que uma coisa que pode realmente dificultar é o fato de que você não pode retirar os agricultores muito tempo da área de trabalho deles, porque eles vivem disso. Cada dia que você os tira das propriedades, é um dia que eles deixam de ter um retorno econômico, mas isso vai ter de ser feito da melhor forma possível para que não cause muitos prejuízos ou cause o mínimo de prejuízo, na vida das famílias rurais.


CAERDES: Professor, quais os benefícios que a implantação e execução desse projeto trará para o CAERDES?

PROF. Dr. JAIRTON: Do ponto de vista do CAERDES, é a realização das oficinas, produção de cartilhas, da realização dos projetos de pesquisa, divulgação do nome do Centro, como espaço técnico-científico capaz de produzir ciência, de realizar tecnologia, de capacitar pessoas e ser uma referência nessa área. Eu acho que isso é importante para o CAERDES.


CAERDES: Professor, quais os benefícios que a implantação e execução desse projeto trará para a comunidade?

PROF. Dr. JAIRTON: Eu acho importante, nossa atuação com as mulheres rurais, jovens, agricultores, técnicos, estudantes e até com empresários. Nós estamos contribuindo para a formação de um paradigma diferente do dominante na região. O paradigma da região é baseado na agroquímica, na utilização intensiva de agrotóxicos e fertilizantes. Nós vamos trabalhar com outra expectativa. Vamos trabalhar na recuperação dos solos, no manejo correto dos solos tropicais, no aproveitamento de variedades nativas, na integração entre lavoura e pecuária, vamos enfatizar a rotação de culturas, policultura, os adubos naturais, a rochagem, a biofertilização, uma série de práticas, que são técnicas sustentáveis, envolvendo as mulheres, jovens, os agricultores, os profissionais, os estudantes, ajudando e contribuindo para formar uma geração comprometida com um novo olhar para a agricultura.


25 de jan. de 2014

CURSO DE EXTENSÃO: AGROECOLOGIA E AGRICULTURA ORGÂNICA


ATENÇÃO ESTUDANTES DE AGRONOMIA!

Oportunidade de vagas para disciplina optativa.


Local: Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES) - DTCS - Campus III - Juazeiro


Data: 01, 03, 04, 05, 06 e 07 de fevereiro.
Carga horária: 48 horas


Vagas LIMITADAS!!!!!!



Inscrição com nosso colega Caio Bernardo



23 de jan. de 2014

TÉCNICA DE REPRODUÇÃO DE ABELHAS PODE FACILITAR POLINIZAÇÃO DE LAVROURAS

Atualmente, uma das principais limitações para utilizar abelhas sem ferrão na polinização é a dificuldade em produzir colônias em quantidade suficiente para atender à demanda dos agricultores.


A nova técnica levaria à redução do custo das produções agrícolas e à melhoria da produtividade em até 40%. Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

São Paulo – Uma nova técnica para a reprodução de abelhas sem ferrão pode facilitar a polinização de lavouras no país, o que levaria à redução do custo das produções agrícolas e à melhoria da produtividade em até 40%. Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) desenvolveram um método pelo qual as larvas recém-nascidas recebem uma quantidade seis vezes maior de alimento do que estão acostumadas. Dessa forma, todas as abelhas fêmeas superalimentadas se tornam rainhas.

Atualmente, uma das principais limitações para utilizar abelhas sem ferrão na polinização é a dificuldade em produzir colônias em quantidade suficiente para atender à demanda dos agricultores. A maioria dessas espécies, como a mandaguari e a jataí, apresentam baixo número de rainhas. Elas são responsáveis por colocar os ovos e formar as colônias. “[Com a nova técnica,] a partir de uma única colônia consigo produzir 2 mil rainhas em um mês. É um número bastante elevado”, explicou Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e autor do estudo.

De acordo com Menezes, para polinizar toda a área plantada de morango no Brasil, por exemplo, seriam necessárias cerca de 50 mil colmeias da abelha jataí ou mandaguari. “Atualmente, a gente não tem quem forneça essa grande quantidade”, informou. Ele explicou ainda que muito produtores precisam contratar trabalhadores para passar o dedo de flor em flor para transportar o grão de pólen pela falta das abelhas, o que aumenta custo da produção. Um dos exemplos em que esse trabalho é necessário é no cultivo do maracujá. “Se não tiver polinização, a produção de frutos é zero”, destacou.

O processo de polinização ocorre naturalmente quando animais fazem o transporte do pólen de uma flor para outra. As plantas fornecem o recurso alimentar, geralmente o néctar, e as abelhas, que são os principais agentes polinizadores, coletam. Nesse processo, elas se sujam de pólen e, ao visitar outra flor, transportam esse grão, levando à reprodução da planta. Para cada tipo de flor, uma espécie de abelha é adequada ao trabalho. “Além de o custo ser bem menor, a abelha é muito mais eficiente que o ser humano. Nasceram para fazer isso. Quando você aluga uma colônia, ela já tem 10 mil indivíduos trabalhando”, explicou. Isso aumenta a produção em cerca de 20% a 40%, apontou Menezes.

Além do baixo número de rainhas, o grande volume de área desmatada para plantação e o uso intensivo de pesticidas explicam a insuficiência de abelhas. Nesse sentido, os primeiros projetos em campo da pesquisa, a serem iniciados no próximo ano, serão feitos na região sul do estado de Minas Gerais. “É onde o controle biológico já é bastante difundido”, disse Menezes. Ele ressaltou que o estudo está sendo feito em parceria com uma empresa produtora de agentes biológicos para que seja disponibilizado um pacote de serviços mais adequado à polinização. “Não adianta nada o agricultor alugar colmeia e bater bastante inseticida, porque vai matar abelhas”, justificou.

Hoje, o serviço de aluguel de colmeias para a polinização de lavouras só está disponível em espécies com ferrão. De acordo com o pesquisador, o custo médio é R$ 60 pelo período de dois meses. “Na época da plantação, o agricultor vai alugar o serviço e a gente estaciona as abelhas no período da floração. No café, por exemplo, dura em torno de 15 dias”, explicou. No caso das abelhas sem ferrão, como é um mercado novo, não há estimativa de preço, mas Menezes avalia que o custo deve ser similar ao que é praticado atualmente.

Os pesquisadores estão, agora, iniciando a fase de coleta de colônias para produção em larga escala. A partir do próximo ano, as colônias serão levadas para a plantação, a fim de testar o funcionamento delas e, em 2015, espera-se que o serviço esteja disponível.


Fonte: Agência Brasil 

Publicação: 25/12/2013 14:24 Atualização: 25/12/2013 15:40