19 de nov. de 2013

O QUE MARINA RESGATA?



Por Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo


Substancialmente as utopias da esquerda mundial revestidas da contemporaneidade e da visão de sustentabilidade dos processos de luta pelos quais homens e mulheres se debatem há milênios.

Não é uma messiânica como alguns tentam torná-la, mas substantivamente dotada de enorme força moral e filosófica.

Certamente não é dos melhores quadros técnicos em questões cruciais para o novo Brasil, todavia, revela considerável lucidez quanto ao xadrez das coisas por fazer. Creio que entende mais dos processos sociais do que dos arranjos tecnocráticos. E é aí que Marina sublima-se, moldando uma nova visão para a política, com a firmeza dos convictos e a serenidade dos que estão convencidos sobre os caminhos a trilhar.

A filha da floresta sabe o que precisa ser feito e especialmente compreende suas limitações. Sustentabilidade nos processos econômicos, sociais, políticos, culturais e tecnológicos tem sido o mote discursal de Marina e deriva daí, toda sua energia para um projeto de governança pública e de desenvolvimento sustentável.

Dessa maneira simples, e fundamentalmente autodeclarada, a seringueira do Acre, retoma e resgata valores e ideais num mundo soberbamente pragmático, dotado de excessivo esvaziamento filosófico e antidiscursivo. Mais que isso, Marina trabalha para desconstruir o mito do crescimento pelo crescimento e propõe mais, mas não do mesmo, de algo diferente – diálogos, olhares e saberes em construção. Defende um novo ativismo e um protagonismo que soa semelhante à democracia participativa dos cantões suíços.

Definitivamente, seu projeto inova, resgata, protagoniza e enche de esperanças todos, só não poderemos prever o amanhã sem utopias. Marina é a utopia necessária do Brasil no início do século XXI.


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