Por Prof. Dr. Jairton
Fraga Araújo
Substancialmente as utopias da
esquerda mundial revestidas da contemporaneidade e da visão de sustentabilidade
dos processos de luta pelos quais homens e mulheres se debatem há milênios.
Não é uma messiânica como alguns
tentam torná-la, mas substantivamente dotada de enorme força moral e
filosófica.
Certamente não é dos melhores quadros
técnicos em questões cruciais para o novo Brasil, todavia, revela considerável lucidez quanto ao xadrez das
coisas por fazer. Creio que entende mais dos processos sociais do que dos
arranjos tecnocráticos. E é aí que Marina sublima-se, moldando uma nova visão para a política,
com a firmeza dos convictos e a serenidade dos que estão convencidos sobre os
caminhos a trilhar.
A filha da floresta sabe o que precisa ser feito e
especialmente compreende suas limitações. Sustentabilidade nos processos econômicos, sociais, políticos, culturais
e tecnológicos tem sido o mote discursal de Marina e deriva daí, toda sua
energia para um projeto de governança pública e de desenvolvimento sustentável.
Dessa maneira simples, e fundamentalmente autodeclarada,
a seringueira do Acre, retoma e resgata valores e ideais num mundo soberbamente
pragmático, dotado de excessivo esvaziamento filosófico e antidiscursivo. Mais
que isso, Marina trabalha para desconstruir o mito do crescimento pelo
crescimento e propõe mais, mas não do mesmo, de algo diferente – diálogos,
olhares e saberes em construção. Defende um novo ativismo e um protagonismo que
soa semelhante à democracia participativa dos cantões suíços.
Definitivamente, seu projeto inova, resgata, protagoniza e
enche de esperanças todos, só não poderemos prever o amanhã sem utopias. Marina
é a utopia necessária do Brasil no início do século XXI.
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