
As informações foram transmitidas pelo biólogo Thiago Nascimento, responsável
pelo Aquário Municipal de Peruíbe. "Não é comum que apareçam golfinhos
mortos nas praias nessa quantidade. Eles morreram enroscados na mesma rede,
possivelmente usada para a captura de camarão, do qual os golfinhos se
alimentam."
O biólogo salienta que os golfinhos precisam subir frequentemente à superfície
para respirar. Como não puderam se livrar da rede, afogaram-se.
Os cadáveres tinham marcas de mordidas, provavelmente dos outros golfinhos do
bando. Segundo Nascimento, esses mamíferos ajudam uns aos outros em situações
de perigo, como ataques de tubarões. E, neste caso, teriam se machucado ao
tentar soltar a si e aos demais membros do grupo que se prenderam na rede.
"Os corpos ainda estavam frescos quando os encontramos."
"A toninha é uma espécie ameaçada de extinção por causa da captura
acidental. A pesca do camarão e a alimentação delas ocorrem no mesmo lugar.
Desde 1999, quando entrei no aquário, já vi mais ou menos 50 golfinhos mortos
nessa situação, mas nunca tantos ao mesmo tempo", descreve.
Nascimento explica que as toninhas são vistas apenas em três países: Uruguai,
Argentina (estes dois, cortados pelo rio da Prata, do qual tem origem o nome da
espécie) e Brasil, com ocorrência até a região Nordeste.
Os animais recolhidos em Peruíbe foram submetidos a autópsia em uma estrutura
montada na areia, diante do aquário (situado na Praia do Centro, a
aproximadamente sete quilômetros do lugar onde foram encontrados). O esqueleto
de um deles será remontado para aulas de educação ambiental, e os outros corpos
serão destinados ao lixo séptico e incinerados.
Uol
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