Fonte: Escola de Jardinagem do Parque do Ibirapuera - São Paulo/SP
O nome desse processo é compostagem. Quando você transforma
seu lixo em adubo, pode oferecer ao solo um material rico em nutrientes (no caso
de uma horta ou mesmo para as plantas do seu jardim) e, principalmente, ajuda a
reduzir a quantidade de lixo que vai diariamente para os aterros e lixões do
Brasil. Aprenda a fazer a compostagem doméstica e mãos à obra!
Foto: Divulgação |
PASSO 1 – O recipiente
Você deve ter um recipiente para colocar o material
orgânico. Pode ser um pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. Vale usar
a criatividade com o que estiver ao seu alcance. Se der para reaproveitar algum
recipiente, melhor ainda. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso
manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido
eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.
Um detalhe importante é que o chorume pode ser
reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de alto potencial (já que é
originado apenas de matéria orgânica). Você pode recolhê-lo e devolver à
mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído (anote a
proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).
PASSO 2 – A composteira
Embaixo do recipiente no qual você vai colocar o material
orgânico, deve haver outro que vai “recolher” o chorume. Pode ser uma bacia
mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o
pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como
pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais
“alta” em relação à bacia. (A compostagem até pode ser feita em contato direto
com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado,
para que o chorume não acumule em um local só).
PASSO 3 – Hora de colocar o lixo
Fazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de
qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método
para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O
segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito
em camadas.
O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o
material é a proporção de nitrogênio e carbono. Essa relação deve ser de três
para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. O que
é nitrogênio? É o material úmido (o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria
seca, como papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama
e palha de milho. (Se a relação for diferente desta, não significa que não
ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo).
E… pique, pique, pique! Quanto menor estiver o material que
você colocar (tanto o seco quanto o úmido), melhor. Comece com uma camada de
material seco, depois coloque o material úmido. Depois coloque outra camada de
material seco, umedeça-o um pouco e continue o processo. É importante que a
última camada (a que vai ficar exposta) seja sempre seca, para evitar mau cheiro.
Uma opção é colocar cal virgem por cima. Outro detalhe essencial é: não tampe a
composteira. O material orgânico não pode ficar abafado. Ah, procure sempre manusear a sua composteira
com luvas.
O que você pode usar:
- Resto de leite;
- Filtro de café usado;
- Borra de café;
- Cascas de frutas;
- Sobras de verduras e legumes;
- Iogurte;
O que você não pode usar:
- Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite… qualquer
tipo de tempero;
- Frutas cítricas em excesso, por causa da acidez;
- Esterco de animais domésticos, como gato e cachorro;
- Madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta,
plásticos, papel plastificado;
- Cinzas de cigarro e carvão;
- Gorduras animais (como restos de carnes);
- Papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.
PASSO 4 – Espere, mas cuide
Depois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo
ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do
material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias,
no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois,
revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo.
Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim”
ou trocando o material de lugar – para
uma outra lata, por exemplo.
Nesse ponto, você pode se perguntar: mas eu gero lixo
orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira diariamente? Melhor não. Você
tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar matéria orgânica cada vez que
for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada 15 dias, mais ou menos. Nesse
intervalo, guarde as suas cascas de frutas, verduras e o resto que for
reaproveitável em um potinho na geladeira.
Foto: Divulgação |
O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade
de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao
final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está
pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura
ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E ,
quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.
0 comentários:
Postar um comentário