10 de set. de 2015

IDEOLOGIAS SÃO RAZÕES PARA VIVER!

Por: Jairton Fraga Araújo
Coordenador do Caerdes

Vivemos tempos de profunda desideologização. Para muitos certamente, algo muito positivo, porque associam ideologia a uma construção exclusivamente político-econômica do século XX, que se revelou um desastre com relação aos direitos fundamentais da pessoa humana – a experiência bolchevique da Rússia, Albânia, Alemanha Oriental e do leste Europeu como também do maoísmo da china e seus satélites na Ásia, ou mais próximo de nós a experiência híbrida de cuba. Em verdade, tal interpretação é uma forma reducionista de entender os graves conflitos da civilização moderna na tentativa de elaborar e experenciar formas de poder que resolvam os problemas da desigualdade social, política, cultural, tecnológica, econômica e da desatenção absoluta com os recursos naturais do planeta. As experiências mal sucedidas do socialismo real, causaram enorme desencanto na juventude de todo o mundo na medida em que para os mesmos à ideologia acima de tudo, é a busca por uma razão para se viver. E é exatamente sobre isso, sobre as muitas razões pelas quais se pode e deve cultivar ideologias, que precisamos discorrer. Amar e ser amado! Cultivar a paz! Proteger os mais fracos! Estimular a Ciência! Conservar o meio-ambiente! Enfim, há uma gama infindável de razões pelas quais devemos viver e proclamar a necessidade de ideologias. A falta de ideologias no mundo contemporâneo revela-se um dos fatores que mais tem concorrendo para o aprofundamento da banalização da ausência de razões pelas quais se deve promover a VIDA em sua plenitude.



Busca-se com sofreguidão as drogas como paliativo ou como ansiolítico para as adversidades da vida moderna, com seus complexos roteiros. Quando se destrói as razões pelas quais se deve viver, então não há nada, pelo que lutar. Contrariando o senso comum que se instalou nas últimas décadas, com a pasteurização da política como prática de enriquecimento ilícito e de apropriação de estado, da violência das máfias organizadas e das drogas,bem como da violência política de Estados, da massificação da estupidez pela televisão ou via internet tudo isso, nos remete a uma reflexão acerca dos rumos que estamos oferecendo ao futuro da humanidade. Tais fatos, afetam duramente nossa crença no antropocentrismo – pois, a alma humana, nunca necessitou tanto de utopias para viver com razões.  Certamente, muitos se contentam com as explicações criacionistas, que de modo algum se contrapõe à busca sociológica pelas causas e razões para compreensão da natureza humana e de seus desafios para viver em aldeia. Nossa longa jornada, não pode ser revelar, um apenas satisfazer material do sensório, há algo maior, pelo qual se deve viver, amar, progredir, conservar, cuidar e desejar atingir. Ainda na tenra infância fui invadido por um sentimento de que a vida só teria sentido se houvesse um objetivo maior a ser atingido, não importando se para tal, o desforço empreendido pudesse me frustrar muitas vezes, ou muitas vezes a tristeza assaltasse meu espírito e me afogasse em incertezas. Apesar de tudo e por tudo, quando muitos do inicio abandonaram a esperança ou a tenham transformado em mercadoria, contrariando tudo pelo qual sempre lutamos e desejamos, procurei manter-me coerente, perseverando e buscando compreender as inconstâncias e fraquezas humanas pela certeza que o homem não viverá sobre a terra sem IDEOLOGIAS. Assim, é preciso reafirmar que não haverá um mundo socialmente justo, moralmente evoluído sem que as boas ideologias vençam o egoísmo, a desesperança e por fim destrua o materialismo. 

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