Por: Jairton Fraga Araújo
Coordenador do Caerdes
Vivemos tempos de profunda desideologização. Para muitos
certamente, algo muito positivo, porque associam ideologia a uma construção
exclusivamente político-econômica do século XX, que se revelou um desastre com
relação aos direitos fundamentais da pessoa humana – a experiência bolchevique
da Rússia, Albânia, Alemanha Oriental e do leste Europeu como também do maoísmo
da china e seus satélites na Ásia, ou mais próximo de nós a experiência híbrida
de cuba. Em verdade, tal interpretação é uma forma reducionista de entender os
graves conflitos da civilização moderna na tentativa de elaborar e experenciar
formas de poder que resolvam os problemas da desigualdade social, política,
cultural, tecnológica, econômica e da desatenção absoluta com os recursos
naturais do planeta. As experiências mal sucedidas do socialismo real, causaram
enorme desencanto na juventude de todo o mundo na medida em que para os mesmos
à ideologia acima de tudo, é a busca por uma razão para se viver. E é
exatamente sobre isso, sobre as muitas razões pelas quais se pode e deve
cultivar ideologias, que precisamos discorrer. Amar e ser amado! Cultivar a
paz! Proteger os mais fracos! Estimular a Ciência! Conservar o meio-ambiente!
Enfim, há uma gama infindável de razões pelas quais devemos viver e proclamar a
necessidade de ideologias. A falta de ideologias no mundo contemporâneo
revela-se um dos fatores que mais tem concorrendo para o aprofundamento da
banalização da ausência de razões pelas quais se deve promover a VIDA em sua
plenitude.
Busca-se com sofreguidão
as drogas como paliativo ou como ansiolítico para as adversidades da vida
moderna, com seus complexos roteiros. Quando se destrói as razões pelas quais
se deve viver, então não há nada, pelo que lutar. Contrariando o senso comum
que se instalou nas últimas décadas, com a pasteurização da política como
prática de enriquecimento ilícito e de apropriação de estado, da violência das
máfias organizadas e das drogas,bem como da violência política de Estados, da
massificação da estupidez pela televisão ou via internet tudo isso, nos remete
a uma reflexão acerca dos rumos que estamos oferecendo ao futuro da humanidade.
Tais fatos, afetam duramente nossa crença no antropocentrismo – pois, a alma
humana, nunca necessitou tanto de utopias para viver com razões.
Certamente, muitos se contentam com as explicações criacionistas, que de modo
algum se contrapõe à busca sociológica pelas causas e razões para
compreensão da natureza humana e de seus desafios para viver em aldeia. Nossa
longa jornada, não pode ser revelar, um apenas satisfazer material do sensório,
há algo maior, pelo qual se deve viver, amar, progredir, conservar, cuidar e
desejar atingir. Ainda na tenra infância fui invadido por um sentimento de que
a vida só teria sentido se houvesse um objetivo maior a ser atingido, não
importando se para tal, o desforço empreendido pudesse me frustrar muitas
vezes, ou muitas vezes a tristeza assaltasse meu espírito e me afogasse em
incertezas. Apesar de tudo e por tudo, quando muitos do inicio abandonaram a
esperança ou a tenham transformado em mercadoria, contrariando tudo pelo qual
sempre lutamos e desejamos, procurei manter-me coerente, perseverando e
buscando compreender as inconstâncias e fraquezas humanas pela certeza que o
homem não viverá sobre a terra sem IDEOLOGIAS. Assim, é preciso reafirmar que
não haverá um mundo socialmente justo, moralmente evoluído sem que as boas
ideologias vençam o egoísmo, a desesperança e por fim destrua o
materialismo.
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